Dividir e conquistar ou Quantos tipos de zebra existem?

3.

Anteriormente falei da crise criativa, dos meus objetivos com o blog e da minha definição de design. Aqui cabe um parêntesis (minha objetividade passa, em algum momento, pelo excesso de informação… e eu não costumo fugir de divagações. Mas o exagero tem uma motivação. Eu prefiro ouvir/ver muita coisa e condensar que partir da simplificação correndo o risco de deixar o essencial de fora. Lembrando que o essencial é invisível aos olhos rs). Fim do parêntesis.

No meio de toda essa angústia criativa e algumas viagens sem sentido resolvi que a melhor forma de dar o start seria aproveitar discussões com amigos já que (acredito que) falo muito melhor que escrevo. Eis então, num desses papos, surgiu uma frase que já tinha dito outras tantas vezes mas dessa vez pesou diferente: o designer é, acima de tudo, um escroto.

Oi? Eu explico. Mas antes é preciso contextualizar já que estamos nos conhecendo: dada a minha recente definição de design chegamos a conclusão que designer é o sujeito que pensa como eu ou a maioria dos designers que conheço, ou seja, visualmente. Faz sentido achar que todo o mundo que faz design é como eu? Não, e se você pensar com carinho vai lembrar que nem dois ursos polares são iguais e é aí que, metalinguisticamente, vamos resolver ou não a questão.

Ok, é preciso usar rótulos para viver. E quando você não precisa mas quer?

‘Desde os tempos mais primórdios’ o ser humano rotula. Seja no tempo das cavernas, para separar os animais que podem ser comidos dos que podem tentar te comer… até hoje em dia para selecionar as plantas que combinam com a sua nova tv de led na sala das dão um ar cafona. Dessa forma parece razoável imaginar que precisamos rotular pra facilitar a nossa compreensão do mundo. Sem rótulo fica difícil aprender e passar o aprendizado. Se o sujeito não achar algumas semelhanças e agrupar/classificar fica meio complicado chamar alguma coisa de urso, concorda? Dito isso, fica registrado aqui que nossa premissa de designer nesse blog é o cara que pensa visualmente.

“E?”, você me pergunta. O cara que pensa visualmente sempre tem um julgamento visual sobre tudo. Julga porque é humano (e classifica!) e porque tem uma opinião sobre tudo. Desde o binário e quase pueril ‘gostei x não gostei’ até o ‘alinhamento do kerning, com as proporções áureas e a paleta de cores da casa do kct’. É pouco provável, no meu ponto de vista, ver um sujeito que pensa visualmente não ter opinião pra dar sobre qualquer manifestação visual. Então, o designer é um sujeito chato que julga o tempo todo. Visualmente mas julga. E é aí que a coisa começa a ficar interessante: o rótulo é ruim? Não, o rótulo por si não é ruim. Ruim é se apegar demais ao rótulo e não rever se os conceitos que aplicou ainda são válidos.

“Mas no inicio do post você disse que ‘o designer é, acima de tudo, um escroto’… era mentira?”. Não, mas a frase serve pra causar impacto e chamar atenção para um ponto importante: o julgamento constante do indivíduo que pensa visualmente. Tá, então são todos anjos e vc falou só pra causar polêmica? Não, inclusive adianto que a forma mais fácil de fazer um designer se tornar um escroto de verdade é criá-lo em cativeiro. Oi??

3 comentários sobre “Dividir e conquistar ou Quantos tipos de zebra existem?

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